dimanche 22 mars 2015

Chevalier de la tôle - Knight of the Iron sheet.

Ni Frankestein, ni Michael kackson, seulement Chevalier de la tôle. 
Neither Frankenstein nor Michael Jackson, only Knight of the iron sheet.
Ton cœur bat à la lenteur d’une pomme de terre
Et jamais tu n’es parti à la guerre.
Regardes-toi
Pauvre Chevalier de la tôle
Les enfants te croient drôle
Te prennent pour un Dom Quichotte
Alors que tu n’es qu’une pauvre chochotte.
Mais tu sais bien que je t’aime
Et que parfois j’ai un peu de peine
Quand je te vois soufflant comme un pneu
De tes misérables poumons d’œufs

Ton lointain cousin de Roscoff
Poète breton du pays Finistère
Lui aussi faisait Kof Kof
Et eut droit à sa mise en bière.
Dans ton château
Tu m’offres du pain sec
Que trois corbeaux 
Amènent dans leur bec.
C’est avec ces amuses gueules et de la colle
Que de grosses filles en jupes
Rafistolent ta vieille casserole
Et te mettent en rut
Pauvre Chevalier de la tôle
Finissons, veux-tu, cette gnôle
Pas plus ce soir que demain
Tu n’iras faire ton vilain
Les guerres sont finies alors, pars, vole
Sur le chemin de Compostelle
Tu rencontreras sûrement ta belle
Fine et cabossée comme une casserole.
Pour Tristan, cousin de Roscoff

mardi 17 mars 2015

Pour une poignée de chamallows

Pas mon premier livre publié en France (Retz Nathan m’a beaucoup fait travaillé), mais sûrement le premier qui avait un peu de gueule, Syros 1994. La dizaine d'illustrations sont un mélange de Néocolor et encre noire. La couverture, qui vieillit paisiblement dans un cadre sur l’un des murs de la maison de mon amie Cristina Sampaio, est une gouache. Texte de Didier Cohen.
Not my first book published in France (I worked a lot for Retz Nathan), but surely the first that was a bit more personal, Syros publishing, 1994. Except for the cover made with gouache, I used Neocolor and black ink for the illustrations. Text written by Didier Cohen.
Nothing to do with that book. 
An editorial illustration for O Independente, Portugal, 2002.

dimanche 15 mars 2015

Filomena

A Filomena nunca teve uma vida fácil. Agora muito menos de que dantes. Anos atrás, ela tinha uma banca no seu bairro onde vendia coisas básicas que toda a gente precisa. Uma lei estúpida tirou ela de vez daquele lugar. Ela veio aqui parar, na Avenida dos Mártires de Inhaminga, ao lado do Porto. É dona duma banca onde vende o que toda a gente precisa nesse lugar: comida e bebidas. Foi assim que nos conhecemos, a Filomena e eu. Eu, a caminho do Bairro das Mahotas e a espera duma chapa para ir até Magoanine, estava ali, de pé, parado. Mas ficar de pé parado não combina com o meu jeito. Num piscar de olho, avistei a sua banca por não ter muita gente. Depois de muitas andanças a procura duma coisa qualquer para o meu ultimo filhinho, precisava mesmo de repousar um bocadinho ou talvez tinha a garganta seca, disso não me lembro muito bem. Pedi uma 2M, como sempre faço. Começamos a falar. A Filo contou me a vida toda dela. Só luta. Ultimamente, a Câmara de Maputo quer tirar as bancas todas dali, para realizar uma coisa qualquer, uma coisa que não combina com bancas podres onde vende-se cervejinhas e espetadas de porco e galinha. Essa história lembrou-me outra, a do Bar Aleixo na Parede, na Tuga. Uma tragédia que se repete a medida que avança a “Modernice”, essa doença trágica. Ao longo das minhas paradas, a Filomena acostumou-se com a minha presença. Ela podia abracar-me enquanto chupava tranquilamente a minha cerveja, até dava-me uns beijinhos. Solidariedade filho! Nunca queixei-me. Para que? Não gosto de complicações e muito menos com as mulheres! A Filomena tinha corpo de guerreira, uma cabeça acima da minha. Mas ela era um doce. O nosso futuro nunca teria ido além duma relação nessa banca. Aventureiro, eu sou. Maluco é que não. Continuava a preocupar-me essa coisa da Câmara. A Filomena e eu temos muito mais coisas em comum. Aliás, temos todo em comum. Que ela seja negra e eu branco não muda nada a situação. Ambos, somos irmãos. Entender a situação da Filomena é muito mais fácil para mim do que entender os planos da Câmara de Maputo, ou de qualquer câmara ou administração cega que seja. E, a Filomena entendeu-me também, cheirou-me, pegou-me, sabe um bocadinho de mim. Ela não sabe nada da Câmara e nunca ira saber.

Já há meses que não tenho noticias dela. Na ultima vez que nos encontramos, tinha pedido a ela para guardar-me as tampas das cervejas. Expliquei-lhe que com isso ia fazer desenhos. Certamente, ela pensou que aquele branco era meio tarado e que há coisas mais importante na vida. Concordo plenamente. Mas tenho a certeza que ela ainda se lembra de mim tal como eu lembro-me dela. 
Amiga, espero que estejas bem, que ninguém te chateia. Da próxima vez que nos encontramos, havemos de nos abraçar novamente e, se por acaso, tens as tampas, não sei...hei de pensar...mas sou capaz te dar um beijo de verdade, pelo menos na testa! Sabes, a minha fofa não é tão chata como a Câmara municipal de Maputo, mas, mesmo assim, ela tem os seus dias!
Filomena, escrevi essa nota pensando em ti a ouvir o Beethova Ova, um músico do Haiti. Ele tem dessas músicas doces como o Nèg Kongo, ou Lina.
Esculturas do Gonçalo Mabunda, artista Moçambicano.
Fotos minhas, tiradas em 2013, no Centro Cultural Franco-Moçambicano


vendredi 13 mars 2015

Futilité - Futility

Guine bissau
Um artista a beira da estrada entre Bambadinca e Nhacra.
Com o amigo Zé em Dili, Timor leste.
Comprar peixes para os meus estudantes em Neves, São Tomé

Foto do Pedro Macedo, para Catalivros.
Ateliê Vozes de Nos no Parque Popular, São Tomé
Na residência do antigo Governador e do presente Presidente,  Trindade, São Tomé
Com o Lindo, professor de dança, na Okutiuka no Huambo, Angola.
Com os meninos do centro Forum Comunicação e Juventude, Dili, Timor leste.

Zup, adoro atirar meninos nas ondas do mar!
Serão com alunos meus na casa da família dos irmãos Tomé e Engrácio Coelho em São Tomé.
Assomada, ilha de Santiago. Com a minha colega Shadra Strickland e um grupo de batuquadeiras.
On s'amuse comme on peut et parfois avec pas grand chose.
Bairro de Tira- Chapéu, Ilha de Santiago, Cabo Verde, onde recuperamos os pratos de plásticos para tirar o rosto de todos os meninos dentro dum mapa de África.
Praia de Santana em São Tomé. com uma Palaié amiga.


Com o Pierre Pratt em Aljustrel num convite da nossa amiga Maria Ana Pereira
Experimentando a dureza das pedras com o Pierre Pratt e o Richard Câmara (Obrigado Cristina Falcão pela foto).
J'adore les caresses!
Na Matola com uma parte da família, sogro e filho incluído.
Bissau, com o Ditobuahn (na esquerda), um dos mais talentosos jovens desenhador guineense que eu conheço.